domingo, 26 de agosto de 2012

QUANTIDADE DE ESPERMA NA EJACULAÇÃO

Colaboração com o caderno NA MIRA coluna "QUEBRANDO TABU" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 24.08.2012
 
 
Em nossa coluna “Quebrando Tabu” de hoje vamos responder mais uma pergunta remetida via e-mail por um de nossos leitores.
 
“Acompanho a coluna desde a primeira e dou parabéns pelos assuntos abordados, todos muito interessantes, e pela maneira objetiva como o são tratados. Tomei coragem para escrever, pois desejo saber sobre a quantidade de esperma normal numa ejaculação, pois acho que tenho pouca quantidade”.
 
RESPOSTA AO LEITOR: obrigado por escrever, nossa coluna só tem razão de existir para tirar dúvidas como a sua ajudando a quebrar tabus.
 
Um engano comum é achar que tudo que o homem ejacula é espermatozoide. O esperma é composto pelo líquido seminal (maior quantidade), líquido prostático e pelos espermatozoides. O esperma tem uma base alcalina para poder resistir à acidez da vagina e proteger os espermatozoides.
 
O esperma também chamado de sémem tem como função principal levar, nutrir e proteger os espermatozoides durante sua ‘viagem’ até o momento da fecundação do óvulo no interior do corpo da mulher.
 
O volume normal em uma ejaculação (quando o corpo lança para o exterior através do pênis o esperma) é entre 2 a 5 mililitros (ml). Fora destes limites a fertilidade pode ser afetada em virtude das reações químicas que acorrem com o nível de acidez da vagina.
 
Alguns fatores influenciam o volume de esperma: a alimentação, onde alimentos ricos em proteínas e carboidratos são preferíveis às gorduras; a quantidade das relações sexuais e da masturbação e a fatores emocionais, pois o nível de excitação também contribui para o volume.
 
A ejaculação ocorre durante a relação sexual, a masturbação e a polução noturna. A anejaculação é a incapacidade do homem ejacular. A incapacidade de controlar a ejaculação chama-se ‘ejaculação precoce’ e é uma das disfunções sexual mais encontrada em homens jovens.
 
É importante não confundir a ejaculação com o orgasmo. O lançamento do esperma para fora do corpo através do pênis, chamamos de ejaculação, enquanto que orgasmo é uma intensa sensação de prazer, podendo ou não acontecer simultaneamente.
 
O esperma pode transmitir algumas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), portanto o uso de preservativo é fundamental para a segurança dos parceiros durante as relações sexuais, inclusive no sexo oral.
 
 O exame de análise da qualidade e quantidade dos espermatozoides chama-se espermograma, sendo solicitado pelo urologista, aliás, é importante que todo homem consulte o urologista regularmente para que possa saber da sua saúde.
 
 
 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O MASSACRE NO CINEMA E AS NOVAS EPIDEMIAS NO SÉCULO XXI

texto publicado no site http://www.psicanaliselacaniana.com/mural/textos/IPLA_asnovasepidemiasnoseculoXXI_Elza_Macedo.htm

Elza Macedo

Vivemos uma era em que impera o triunfo do inusitado. Contagiosas, as epidemias se disseminam sem justificativa ou explicação

                Aurora, 20 de julho de 2012. Rapaz de 24 anos atira em espectadores de “Batman”. Mata 12 e fere 58. Planejava muito mais, considerando as 6.000 balas e a quantidade de explosivos que adquiriu. Nenhuma resistência à prisão, nenhuma explicação sobre o ato. “Era um garoto superlegal”, comentaram os colegas.

                De quem é a culpa? Do cinema, que retrata a violência com tanta indiferença? Das leis norte-americanas, que facilitam o acesso a arma de fogo? Imprensa e autoridades se apressam em encontrar uma razão para a matança. Estamos todos embaraçados com a falta de pistas para significar.

               A tragédia em Aurora é mais um episódio do que Jorge Forbes chamou de violências inusitadas, ou seja: “assassinatos que causam choque pela brutalidade associada ao inusitado.” Ela remete a tantos outros massacres, nos Estados Unidos, na Noruega, no Brasil. É algo epidêmico, que contagia, mas não por razões discursivas – não existe discurso que sustente isso. É o triunfo do inusitado.

                Vivemos uma era de transmissão por contágio. Quase tudo “pega”, e não apenas as violências inexplicáveis. Quer ver? Quem não conhece uma pessoa que não tenha feito cirurgia bariátrica? Ou um estudante indiferente ao fracasso escolar? Ou alguém que se autoflagelou? E o que dizer da epidemia de Medeias? Mulheres usam os filhos como armas para se vingar dos maridos.

               Essa era epidêmica determina novos laços sociais. Twitter e Facebook são a nova Ágora. Quer ser meu amigo? Pessoas que você talvez conheça. Veja o perfil de fulano, sete amigos em comum. “A festa está tão legal. Vou twittar para lotar”.

               Como um bocejo. Pegou em você também?

               O psicanalista tem de estar ligado a essas mudanças ao dirigir o tratamento de seus analisandos. Os velhos sintomas eram vistos à luz do Édipo e prestavam-se à interpretação. Já os novos sintomas passam pelo curto-circuito da palavra. Não há explicação. “Fiz porque fiz.”

       Como hoje o pai já não é a bússola que foi na era da invenção da psicanálise por Freud, o homem desenvolve novos sintomas: violência inusitada, bulimia, fracasso escolar, escarificação, abuso das cirurgias... A fragilidade do laço social dá margem às epidemias sintomáticas. E tem solução? Tem, mas não num retorno aos valores do passado. Que cada um invente e se responsabilize por sua forma de viver, a partir de sua singularidade e suas circunstâncias.

sábado, 4 de agosto de 2012

NÚMERO DE RELAÇÕES SEXUAIS POSSÍVEIS EM UMA NOITE


Colaboração com o caderno NA MIRA coluna "QUEBRANDO TABU" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 03.08.2012




Em nossa coluna “Quebrando Tabu” de hoje vamos responder uma pergunta remetida via e-mail por um de nossos leitores, dúvida esta compartilhada por muitas outras pessoas.



 
Segue uma inquietação minha que coloco aqui na forma de pergunta: Qual o número normal de vezes que o homem pode fazer sexo na mesma noite? Fica no nosso imaginário que a quantidade é sinônimo de potência e vigor, mas não encontro nenhum texto que tenha uma posição clara e direta quanto a isso. Paira a dúvida se estamos ou não dentro do que se considera normal e se somos ou não tão potentes quanto os demais homens. Agradeço a atenção e a existência do espaço "Quebrando Tabu."


 
RESPOSTA AO LEITOR: este é outro dos mitos da sexualidade que acompanha a sexualidade humana. O número de relações sexuais que um homem consegue ter em uma noite. Como diz o leitor: “fica no imaginário que a quantidade é sinônimo de potência”



 
É importante saber que não existem "normas" para o desempenho sexual. O que existe são muitos MITOS e que acabam prejudicando as pessoas por quererem igualar aquilo que os mitos apontam. Cada um de nós tem suas características sexuais de desempenho e potência. Estas características estão ligadas a vários fatores, como estado de saúde, preparo físico, idade, etc.



 
Quanto ao número de relações sexuais até existem médias, que na realidade não tem fundamento de 'normatizar'. O número de relações sexuais está ligado a várias variáveis, tais como, o tipo de parceria que se tem na ocasião, nível de descanso físico no momento, o que os parceiros representam um para o outro, o nível de abstinência sexual e principalmente as nossas fantasias mentais sobre a situação, sobre nós mesmos e sobre a pessoa que está conosco.



 
Outro fator importante a ser considerado é o período de refração de cada homem. Esta fase é o tempo que ocorre depois da relação sexual, isto é, o tempo decorrido entre a ejaculação e nova ereção. Neste período é impossível nova ejaculação. Este tempo é variável para cada indivíduo e dificilmente inferior a 30 minutos, aumentando a cada relação sexual consecutiva. Nas mulheres este tempo é muito menor do que nos homens e em muitas nem é significativo, o que permite que tenham orgasmos múltiplos



 
Quanto à potência, ela também está ligada ao nosso estado físico (saúde, preparo físico, etc.) e principalmente nossas fantasias. Nos homens a potência sexual também tem um componente hormonal. Entre os vários hormônios que contribuem e influenciam a atividade sexual masculina está a testosterona também chamada de ‘hormônio masculino’ e é responsável pelo apetite sexual, massa muscular, agressividade e pela função sexual como um todo.



 
O importante neste assunto de desempenho é levar em conta a qualidade das relações sexuais para ambos os parceiros e com certeza a quantidade não será problema.



 
Se depois de ler a coluna “Quebrando Tabu”, as dúvidas sobre o assunto persistiram, ou se aumentaram, escreva-nos que estamos aqui para ajudá-lo. Até o próximo encontro!!



 
Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em Sexualidade e Educação Sexual. E-mail:mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli