sábado, 15 de junho de 2013

EXCITAÇÃO MASCULINA E A EXCITAÇÃO FEMININA


Colaboração com o caderno Na Mira, coluna "Quebrando Tabu" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 14.06.2013.




Nossa colaboração desta semana responderá mais uma vez perguntas sobre as dificuldades sexuais femininas. Alguns e-mails vêm de homens falando sobre as dificuldades que suas parceiras enfrentam. Por estes motivos vamos abordar novamente as disfunções sexuais.

“Por que minha parceira não consegue lubrificar?”, “é possível a mulher lubrificar demais?”, “sinto dores durante as relações sexuais”. Dúvidas como estas e outras estão na maioria das vezes ligadas a uma disfunção sexual feminina na fase da excitação. Relembrando que a resposta sexual humana é composta de quatro fases: Desejo, excitação,  orgasmo e resolução.

A fase de excitação pode ser afetada por problemas fisiológicos ou emocionais. Uma consulta ao ginecologista é o primeiro passo para determinar a(s) causa(s) do problema. Para entender melhor a excitação sexual, podemos observar que ela funciona de modo diferente para os homens e para as mulheres.

A fonte externa de excitação da maioria dos homens começa pelo estímulo VISUAL, seguido pelo estimulo TATO-OLFATIVO, em terceiro lugar GUSTATIVO-AUDITIVA para finalmente, entrar no jogo a fantasia ERÓTICA-AFETIVA. Como é possível observar o estimulo que vem pelo olhar comanda a fase de excitação masculina.

As mulheres têm estímulos que agem de modo diferente dos homens. O comando da fase de excitação feminina é a fantasia ERÓTICA-AFETIVA, seguida pelos estímulos TATO-OLFATIVA, GUSTATIVO-AUDITIVA e para finalizar, o estímulo VISUAL. Nota-se que o estímulo que inicia a excitação masculina é o último a ocorrer nas mulheres.

Fisiologicamente para um homem estar pronto para a relação sexual, isto é com uma ereção, ele precisa levar até o pênis 70 mililitros de sangue. Já a mulher para estar pronta para a mesma relação sexual, ela precisará de 400 mililitros de sangue irrigando seu órgão genital.

Por estes dois motivos é possível afirmar que os homens que desejam ter relações sexuais satisfatórias com suas parceiras precisam conhecer mais a fisiologia e o funcionamento emocional das mulheres.




Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em Sexualidade e Educação Sexual. E-mail: mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli

sábado, 1 de junho de 2013

ANORGASMIA FEMININA E O CLITÓRIS


Colaboração com o caderno Na Mira, coluna "Quebrando Tabu" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 31.05.2013.



Recebemos alguns e-mails pedindo que fosse abordada a dificuldade de muitas mulheres em atingir o orgasmo durante as relações sexuais. Colocamos como titulo a ‘ANORGASMIA FEMININA’ porque se encontra este problema também nos homens, mas nosso foco desta edição é o mundo feminino.

Em primeiro lugar é preciso alertar, que em vários casos o problema não está diretamente relacionado a uma disfunção sexual especifica desta fase (resposta sexual), mas se torna um conjunto com as fases anteriores, isto é, dificuldade (ou falta) de desejo ou mesmo de excitação.

Não é possível apontar um único fator responsável pela dificuldade de ter orgasmo nas mulheres. Algumas características comuns são encontradas na grande maioria das anorgásmicas. As principais são: tem menor percepção dos sinais que seus corpos sentem durante a fase da excitação, isto é, desconhecem seu corpo; tendem a sentir mais culpa em relação à sexualidade ocasionada muitas vezes por uma educação repressora; possuem preconceitos negativos sobre as atividades sexuais; veem a masturbação como algo negativo e muitas têm medo de perder o controle durante o orgasmo.

Dúvida que também ocorre muitas vezes é se o tamanho do clitóris influencia no acontecer e na intensidade do orgasmo. Assim como o tamanho do pênis nos homens não interfere no prazer, o tamanho do clitóris não tem influência alguma na capacidade ou não da mulher sentir orgasmo. O que é preciso observar é a sua funcionalidade, isto é, a capacidade ou não de receber e enviar estímulos nervosos.

O clitóris durante a fase de excitação aumenta de tamanho, passa dos aproximadamente 0,5 para até 2,0 centímetros de comprimento. Possui milhares de terminações nervosas e por isto se torna a parte mais sensível da genitália feminina.

Em algumas sociedades é praticada a excisão, que constitui a retirada cirúrgica do clitóris o que impossibilita o orgasmo feminino. Este ato constitui-se numa mutilação genital feminina e tem sequelas físicas e psicológicas irreversíveis, constituindo em uma violação dos direitos humanos.




Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em Sexualidade e Educação Sexual. E-mail: mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli