Colaboração com o caderno Na Mira, coluna "Quebrando Tabu" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 17.08.2013
Atualmente muito se
tem falado e escrito sobre sexualidade e isto sempre despertou e desperta a
curiosidade nas pessoas, principalmente nos adolescentes e jovens. Abordemos
portanto de forma sucinta o assunto ‘papéis sexuais’.
É
importante lembrar que sexo é diferente de sexualidade. Atribui-se tecnicamente
o termo ‘sexo’ à natureza, onde o objetivo é a reprodução e consequentemente, a
perpetuação da espécie, pois ocorre quando a fêmea está no cio. Quando falamos
do ser humano atribuímos o termo sexualidade, pois além do biológico (sexo)
temos os componentes psicológicos e sociais.
Nosso sexo biológico nos é
dado no momento da fecundação quando o espermatozoide que pode ser “Y” ou “X”
se encontra com o óvulo que sempre será “X”. Este fato resulta nos sexos
biológicos denominados de Macho ou Fêmea. Salvo
situações patológicas de órgãos sexuais ambíguos, todos são classificados em
uma das categorias.
No campo
psicológico/emocional encontramos a “identidade sexual”. Esta identidade se
estabelece nos primeiros cinco anos de vida e é determinante da motivação que a
pessoa tem para desempenhar comportamentos estabelecidos para seu sexo. Esta
identidade é Masculina ou Feminina, estando muito
ligado aos conceitos de atividade e passividade.
O papel sexual
propriamente dito é o aspecto social da sexualidade. Os aspectos sociais, ou
também chamados culturais, influenciam o individuo desde antes do nascimento
através dos desejos dos pais principalmente. Estas influências determinam o
papel de Homem ou de Mulher.
Os dois últimos aspectos,
o psicológico/emocional e o social são os grandes formadores da identificação
sexual do individuo, e algumas vezes podem estabelecer comportamentos e
sentimentos diferentes do sexo biológico. Usando uma frase de Simone de
Beauvoir, onde ela diz que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher” podemos
afirmar que a cultura, representada pelos pais, familiares, professores,
vizinhos, etc. assume importantíssima parcela da definição da nossa
sexualidade.
Assumir uma identidade heterossexual
ou homossexual
é uma questão de orientação e não de opção.
Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em
Sexualidade e Educação Sexual. E-mail: mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli