sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PAPÉIS SEXUAIS


Colaboração com o caderno Na Mira, coluna "Quebrando Tabu" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 17.08.2013



Atualmente muito se tem falado e escrito sobre sexualidade e isto sempre despertou e desperta a curiosidade nas pessoas, principalmente nos adolescentes e jovens. Abordemos portanto de forma sucinta o assunto ‘papéis sexuais’.

É importante lembrar que sexo é diferente de sexualidade. Atribui-se tecnicamente o termo ‘sexo’ à natureza, onde o objetivo é a reprodução e consequentemente, a perpetuação da espécie, pois ocorre quando a fêmea está no cio. Quando falamos do ser humano atribuímos o termo sexualidade, pois além do biológico (sexo) temos os componentes psicológicos e sociais.

Nosso sexo biológico nos é dado no momento da fecundação quando o espermatozoide que pode ser “Y” ou “X” se encontra com o óvulo que sempre será “X”. Este fato resulta nos sexos biológicos denominados de Macho ou Fêmea. Salvo situações patológicas de órgãos sexuais ambíguos, todos são classificados em uma das categorias.

No campo psicológico/emocional encontramos a “identidade sexual”. Esta identidade se estabelece nos primeiros cinco anos de vida e é determinante da motivação que a pessoa tem para desempenhar comportamentos estabelecidos para seu sexo. Esta identidade é Masculina ou Feminina, estando muito ligado aos conceitos de atividade e passividade.

O papel sexual propriamente dito é o aspecto social da sexualidade. Os aspectos sociais, ou também chamados culturais, influenciam o individuo desde antes do nascimento através dos desejos dos pais principalmente. Estas influências determinam o papel de Homem ou de Mulher.

Os dois últimos aspectos, o psicológico/emocional e o social são os grandes formadores da identificação sexual do individuo, e algumas vezes podem estabelecer comportamentos e sentimentos diferentes do sexo biológico. Usando uma frase de Simone de Beauvoir, onde ela diz que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher” podemos afirmar que a cultura, representada pelos pais, familiares, professores, vizinhos, etc. assume importantíssima parcela da definição da nossa sexualidade.

Assumir uma identidade heterossexual ou homossexual é uma questão de orientação e não de opção.



Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em Sexualidade e Educação Sexual. E-mail: mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Em São Luís, capital do estado do Maranhão a violência contra a mulher tem impressionado pelo grande aumento.



sábado, 3 de agosto de 2013

MASTURBAÇÃO



Colaboração com o caderno Na Mira, coluna "Quebrando Tabu" do jornal  O ESTADO DO MARANHÃO no dia 02.08.2013 


Masturbação é um assunto que sempre desperta muita curiosidade nas palestras que ministro para adolescentes, jovens e mesmo entre os adultos. Cercado de polêmicas, mitos e dúvidas o ato da masturbação sempre será objeto de atenção.

Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, em um dos seus escritos mais polêmicos para a época,  ‘Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade’, descreve o autoerotismo infantil. Isto é, que o indivíduo desde sua idade mais tenra sempre procura algum tipo de auto prazer. A descoberta das zonas erógenas também mostrou que a busca do próprio prazer pode ser feita de muitas maneiras e não apenas através da manipulação dos órgãos sexuais.

Pode-se afirmar que a masturbação faz parte da vida de todas as pessoas, seja qual a forma usada. A mais comum é tocar os genitais até provocar um orgasmo. Podem ser usados objetos que ajudem nas fantasias, tais como vibradores, bonecas infláveis e outros. O uso de vibradores pelas mulheres precisa ser motivo de atenção, pois dependendo da constância do seu uso, pode acarretar o comprometimento em algumas mulheres das fases da resposta sexual. Em relação ao uso de objetos pelos homens o cuidado também tem que ser observado, pois o uso inadequado pode causar lesões penianas.

A maior dificuldade em lidar com a masturbação é encontrada junto às mulheres. Mesmo o orgasmo sendo atingido de maneira mais fácil, provoca sensação de culpa e desconforto em muitas mulheres.

Para finalizar nossa colaboração podemos afirmar que a masturbação faz parte do processo de desenvolvimento e descobertas da vida sexual, mas que se torna problema quando interfere no dia a dia, no trabalho, na vida social e nos relacionamentos. Também pode se transformar em ato compulsivo que indicará a necessidade de tratamento para a adicção sexual.




Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em Sexualidade e Educação Sexual. E-mail: mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli