O termo foi usado por Freud em 1915 no texto “Recordar, repetir e elaborar” onde afirma que o “automatismo da repetição substitui a compulsão à recordação”, isto é, que o acting ocorre quando o paciente não consegue recordar, pensar ou verbalizar seus conflitos.
No Vocabulário da Psicanálise de Laplanche e Pontalis, o termo é usado, para quase sempre, designar ações de caráter impulsivo, relativamente em ruptura com os sistemas de motivação habituais do sujeito, relativamente isolável no decurso das suas atividades, e que toma muitas vezes uma forma auto ou hetero-agressiva.
Jacques-Alan Miller no seu texto
“Jacques Lacan: observações sobre seu conceito de passagem ao ato”. Ato é
diferente de ação. Ato tem dimensão de certeza. É algo novo. Sem lei. Não
orienta. Afasta o pensamento. Passagem ao ato – separa-se do Outro. Acting out
– se direciona ao outro é um apelo, um chamado ao Outro.
Pensamento implica um desejo
metonímico e é uma defesa contra o ato.
Lacan, segundo Miller, chama de ato o que visa o cerne do ser: o gozo.
Gozo é um conceito necessário, pelo menos para ordenar o que Freud nos traz:
que o sintoma,..., o sujeito se sustenta nele. No cerne do ato há um NÃO!
Proferido na direção ao Outro.
Ato não é decifrado, porque não tem
relação com o ics. Por ele declinar da linguagem ele (ato) é mudo. Enquanto que o Pensamento é impasse e
inibição do ato, o ato é um passe porque sem Outro se autoriza de si mesmo.
É comum o indivíduo falar muito em
‘desmotivação’ que é possível considerar como falta da falta. Como uma angustia
constituída que o coloca num labirinto do qual não encontra saída. Ao mesmo
tempo está presente numa relação com o desejo de Outro e não quer se submeter. Isto torna sua angustia mais viscosa.
Seu labirinto mais sombrio e com nuances de não ter escapatória. Segundo Lacan
“o desejo é, no sujeito humano, realizado no outro, pelo outro, no outro”.
Sentindo-se objeto de desejo do outro tem dificuldade de
tornar-se desejante.