sexta-feira, 14 de setembro de 2012

SEXO VIRTUAL

Colaboração com o caderno NA MIRA coluna "QUEBRANDO TABU" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 14.09.2012

 

Nossa coluna “Quebrando Tabu” tem recebido e-mails com dúvidas enviados por leitores e leitoras. Hoje escolhemos um deles para responder. Continuem enviando suas dúvidas, pois nosso objetivo é ajudar a melhorar a qualidade de vida.

 

“tenho usado meu computador para fazer sexo virtual. A internet me permite encontrar várias parceiras. Tenho dúvidas se este comportamento pode ser prejudicial. Tenho acompanhado a coluna e desejo saber mais sobre o assunto”.

 

RESPOSTA AO LEITOR:

 

Caro leitor, este é um assunto polêmico e muitas vezes cercado por mitos, tabus, verdades e inverdades. Cada vez mais a internet ocupa espaço na vida das pessoas. A utilização da internet no cotidiano das pessoas tem mudado hábitos na escrita, na linguagem, na mobilização e no contato do indivíduo com seu semelhante. A sexualidade não pode ficar de fora deste processo.

 

Falando em sexualidade, a linha que separa o saudável do patológico é muito tênue, e sua pergunta, pede uma resposta no nível de separá-los.

 

Poderíamos dizer que se uma pessoa usa a internet para sexo virtual com o objetivo de encontrar sexo real, isto estaria dentro do saudável, mas se usa para fugir de relacionamentos reais, isto já poderia estar no quadro patológico.

 

Muitos usuários de site e chats eróticos, de encontros ou mesmo pornográficos afirmam que as pessoas que frequentam estes endereços virtuais, tendem a ser mais sinceras porque tem garantido seu anonimato. Minhas experiências e estudos não corroboram esta afirmação. Na vida cotidiana usamos papéis diferentes em situações diferentes porque queremos ser aceitos pelos outros, ou mesmo para os seduzirmos. No espaço virtual não é diferente, pois nele temos uma possibilidade menor de sermos ‘desmascarados’.

 

Quando se discute a questão do anonimato, é possível que quando um homem, ou mesmo uma mulher se faz passar por alguém do sexo oposto, esta pessoa esteja ‘vivendo’ sua homossexualidade, mas também pode ser que esteja experimentando suas fantasias sexuais ou mesmo exercendo sua criatividade. Só será possível escolher uma das opções se tomarmos uma análise pessoal e individualizada.

 

Sabemos que o voyeurismo (prazer de olhar intimidade de outros) e exibicionismo (prazer de mostrar suas intimidades para os outros) são duas formas de comportamentos sexuais patológicos que se encontram e se complementam na internet, portanto caro leitor, diante de tão poucas informações me é inviável responder a sua pergunta.

 

 

Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em Sexualidade e Educação Sexual. E-mail:mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli