sexta-feira, 1 de março de 2013

PROBLEMAS COM A EREÇÃO: COMO A PARCEIRA PODE AJUDAR

Colaboração com o caderno NA MIRA coluna "QUEBRANDO TABU" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 01.03.2013




Recentemente recebi de uma jovem mulher várias mensagens sobre as ‘falhas’ seguidas do seu parceiro durante as relações sexuais. Em seguida ele me envia mensagem marcando uma consulta, mas no dia e hora marcados não compareceu.

Temos aí duas situações bastante comuns. Ela querendo ajudá-lo, motivada pelo afeto que sente por seu parceiro, e também para garantir seu prazer, e ele, fugindo de enfrentar o problema. Segundo estudos menos de 10% de homens entre 18 e 40 anos procuram ajuda para tratar de problemas de disfunções sexuais.

Provavelmente dois assuntos dominam a vida sexual masculina, um é o tamanho do pênis e outro é o desempenho com as mulheres. A qualidade da autoestima masculina está bastante ligada a estes dois aspectos, e por estes aspectos é bastante comum os homens fugirem do assunto com suas parceiras e de procurarem ajuda especializada, dois grandes erros que podem custar o relacionamento.

Escrevo esta colaboração, especialmente para as mulheres (elas estão ligadas diretamente a situação), para que elas possam ter noções sobre o assunto e desta maneira ajudarem de forma eficaz seus parceiros, pois na maioria das vezes esta ajuda é fundamental para a solução do problema. Quando o problema acontecer a mulher não deve colocar a situação ‘para baixo do tapete’, pois a tendência é que quando mais se espera mais difícil se torna esta busca de ajuda (com o tempo o homem acaba fugindo das relações sexuais). Importante lembrar que ajudar é diferente de cobrar.

Como já exposto aqui algumas vezes, as disfunções sexuais (falta/perda da ereção, ejaculação rápida ou retardada e falta de desejo sexual) podem ser de origem orgânica ou emocional, podendo ainda conjugar os dois fatores.

As causas orgânicas podem ser alterações neurológicas, alterações arteriais, alterações dos corpos cavernosos, alterações dos neurotransmissores (óxido nítrico, GMPc e o PDE-5) e também a diabetes. Alguns medicamentos também podem contribuir para o problema tais como: Anti-androgênicos (usados em tumores malignos da próstata), finasterida (hipertrofia da próstata e para crescer cabelo), beta-bloqueadores, descongestionantes; metil-dopa (bloqueadores dos canais de cálcio na hipertensão arterial), tranquilizantes, sedativos, cimetidina (usado na úlcera péptica), e a digoxina (insuficiência cardíaca). Por todos estes motivos é fundamental a procura de um urologista para o diagnóstico.

Caso o médico descarte os problemas físicos é preciso procurar um psicanalista ou psicólogo especializados em disfunções sexuais para tratar o emocional. O tratamento psicoterapêutico geralmente usa duas abordagens, a psicanalítica (mais profunda) e a cognitivo-comportamental. O importante é ter consciência que quanto mais rápido se procurar ajuda, menos difícil será resolver o problema.

Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em Sexualidade e Educação Sexual. E-mail: mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli