Colaboração com o cadernos Na Mira, coluna "QUEBRANDO TABU" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 03.05.2013.
Nesta
edição vamos abordar as fantasias sexuais. Muitas pessoas acreditam que a
existência de fantasias sexuais é uma ‘anormalidade’ da sexualidade e que
apenas pessoas ‘depravadas’ as têm.
Fantasias
são filmes mentais nas quais geralmente somos protagonistas como heróis ou
vilões e que nos diferenciam dos animais, pois apenas os seres humanos possuem
a capacidade de tê-las.
Várias
vezes tenho escrito que não possuímos instintos, mas sim pulsões, pois nossos
instintos foram subvertidos pela linguagem, isto é, pela cultura que nos
absorve e abriga. Vários especialistas da área da sexualidade concordam que
nossa sexualidade se manifesta principalmente pelas imagens mentais que ocorrem
de forma inconsciente e que se originam em nossas interações com as pessoas e
as situações que nos cercam desde o momento do nascimento.
Nossa
vida sexual é oxigenada pelas fantasias que temos e elas se formam pelos
desejos, necessidades e demandas que possuímos ao longo da nossa estruturação
emocional. Muitas vezes a disfunção de desejo (a falta ou inibição do desejo
sexual) está ligada a dificuldade de permitir o fluir das fantasias que
dificultará o desenvolvimento saudável e prazeroso da vida sexual.
O
compartilhamento das fantasias sexuais entre os parceiros auxilia o
aprofundamento da intimidade que é vital para o estreitamento dos laços que
unem os parceiros e cria a cumplicidade entre eles. Compartilhar, isto é,
contar suas fantasias não necessariamente requer a realização delas. A vergonha
e a inibição são os principais obstáculos encontrados pelos parceiros nos seus
relacionamentos afetivos.
Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em
Sexualidade e Educação Sexual. E-mail: mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli