sábado, 1 de junho de 2013

ANORGASMIA FEMININA E O CLITÓRIS


Colaboração com o caderno Na Mira, coluna "Quebrando Tabu" do jornal O ESTADO DO MARANHÃO no dia 31.05.2013.



Recebemos alguns e-mails pedindo que fosse abordada a dificuldade de muitas mulheres em atingir o orgasmo durante as relações sexuais. Colocamos como titulo a ‘ANORGASMIA FEMININA’ porque se encontra este problema também nos homens, mas nosso foco desta edição é o mundo feminino.

Em primeiro lugar é preciso alertar, que em vários casos o problema não está diretamente relacionado a uma disfunção sexual especifica desta fase (resposta sexual), mas se torna um conjunto com as fases anteriores, isto é, dificuldade (ou falta) de desejo ou mesmo de excitação.

Não é possível apontar um único fator responsável pela dificuldade de ter orgasmo nas mulheres. Algumas características comuns são encontradas na grande maioria das anorgásmicas. As principais são: tem menor percepção dos sinais que seus corpos sentem durante a fase da excitação, isto é, desconhecem seu corpo; tendem a sentir mais culpa em relação à sexualidade ocasionada muitas vezes por uma educação repressora; possuem preconceitos negativos sobre as atividades sexuais; veem a masturbação como algo negativo e muitas têm medo de perder o controle durante o orgasmo.

Dúvida que também ocorre muitas vezes é se o tamanho do clitóris influencia no acontecer e na intensidade do orgasmo. Assim como o tamanho do pênis nos homens não interfere no prazer, o tamanho do clitóris não tem influência alguma na capacidade ou não da mulher sentir orgasmo. O que é preciso observar é a sua funcionalidade, isto é, a capacidade ou não de receber e enviar estímulos nervosos.

O clitóris durante a fase de excitação aumenta de tamanho, passa dos aproximadamente 0,5 para até 2,0 centímetros de comprimento. Possui milhares de terminações nervosas e por isto se torna a parte mais sensível da genitália feminina.

Em algumas sociedades é praticada a excisão, que constitui a retirada cirúrgica do clitóris o que impossibilita o orgasmo feminino. Este ato constitui-se numa mutilação genital feminina e tem sequelas físicas e psicológicas irreversíveis, constituindo em uma violação dos direitos humanos.




Ernesto Friederichs Mandelli, Psicanalista com especializações em Sexualidade e Educação Sexual. E-mail: mandelli@elo.com.br - twitter: http://twitter.com/efmandelli