Jacques Lacan
disse: “SOU onde NÃO penso, e penso onde NÃO SOU”! Não somos apenas o que pensamos ser. Cada
sujeito que chega a um consultório de Psicanálise traz marcas
que envoltas em redes inconscientes, afetam-no como um todo. Por
isto, somos o que lembramos e o que esquecemos, somos as palavras que
escutamos, somos as palavras lembradas e as esquecidas, somos as palavras que
trocamos e as que “engolimos”, somos os nossos enganos e os nossos lapsos,
somos nossos sonhos e nossos sintomas, somos resultado de um percurso pulsional
duro e doloroso para atingir e mantermos a sobrevivência psíquica.
Um(a) Psicanalista não dá conselhos, não quer resolver problemas do paciente, não julga um comportamento
como certou ou errado, pois sabe que todos que chegam no consultório são
sujeitos que carregam dores que precisam ser respeitadas. O paciente chega
pelos mais diversos motivos: para se conhecer, para se descobrir, para nascer,
ou até mesmo renascer. Ele chega para dar voz ao inconsciente, para conhecer
este “estranho infamiliar” (Das Unheimliche de Freud) que assombra, assusta e
assola através dos nossos próprios fantasmas.
Deixar este
“estranho infamiliar” nas sombras é deixar a vida à mercê de qualquer ideologia, qualquer
comandante ou qualquer “animador de plateia”. Ao se dispor a entrar em uma
análise, o sujeito se torna comandante da própria vida, ator e diretor da sua
própria história.
O (a) Psicanalista,
através da escuta dos diversos discursos do paciente, ajuda-o a interpretar os
conteúdos inconscientes das palavras, ações e fantasias. A Psicanálise
proporciona a cura através da palavra, pois somos adoecidos pelas palavras do
Outro, e somente através da nossa própria palavra podemos ser curado das nossas marcas e
sofrimentos.