terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

QUEM SE BENEFICIA COM A PSICANÁLISE?





Jacques Lacan disse: “SOU onde NÃO penso, e penso onde NÃO SOU”!   Não somos apenas o que pensamos ser. Cada sujeito que chega a um consultório de Psicanálise traz  marcas  que envoltas em redes inconscientes, afetam-no como um todo. Por isto, somos o que lembramos e o que esquecemos, somos as palavras que escutamos, somos as palavras lembradas e as esquecidas, somos as palavras que trocamos e as que “engolimos”, somos os nossos enganos e os nossos lapsos, somos nossos sonhos e nossos sintomas, somos resultado de um percurso pulsional duro e doloroso para atingir e mantermos a sobrevivência psíquica.      

Um(a) Psicanalista não dá conselhos, não quer resolver problemas do paciente, não julga um comportamento como certou ou errado, pois sabe que todos que chegam no consultório são sujeitos que carregam dores que precisam ser respeitadas. O paciente chega pelos mais diversos motivos: para se conhecer, para se descobrir, para nascer, ou até mesmo renascer. Ele chega para dar voz ao inconsciente, para conhecer este “estranho infamiliar” (Das Unheimliche de Freud) que assombra, assusta e assola através dos nossos próprios fantasmas.

Deixar este “estranho infamiliar” nas sombras é deixar a vida  à mercê de qualquer ideologia, qualquer comandante ou qualquer “animador de plateia”. Ao se dispor a entrar em uma análise, o sujeito se torna comandante da própria vida, ator e diretor da sua própria história.

O (a) Psicanalista, através da escuta dos diversos discursos do paciente, ajuda-o a interpretar os conteúdos inconscientes das palavras, ações e fantasias. A Psicanálise proporciona a cura através da palavra, pois somos adoecidos pelas palavras do Outro, e somente através da nossa própria palavra podemos ser curado das nossas marcas e sofrimentos.